terça-feira, 31 de março de 2009

Vida & Histórias


Vicente Celestino 1894 - 1968






Nasci artista. Fui cantor. Ainda pequeno levaram-me
para uma escola de canto. O meu nome, pouco a pouco,
foi crescendo, crescendo, até chegar aos píncaros da
glória. Durante a minha trajetória artística tive

vários amores. Todas elas juravam-me amor eterno, mas
acabavam fugindo com outros, deixando-me a
saudade e a dor. Uma noite, quando eu cantava a Tosca, uma jovem da primeira fila atirou-me uma flor. Essa jovem veio a ser mais tarde a minha legítima esposa. Um dia, quando eu cantava A Força do Destino, ela fugiu com outro, deixando-me uma carta, e na carta um adeus. Não pude mais cantar. Mais tarde, lembrei-me que ela, contudo, me havia deixado um pedacinho de seu eu: a minha filha. Uma pequenina boneca de carne que eu tinha o dever de educar. Voltei novamente a cantar mas só por amor à minha filha. Eduquei-a, fez-se moça, bonita... E uma noite, quando eu cantava ainda mais uma vez A Força do Destino, Deus levou a minha filha para nunca mais voltar. Daí pra cá eu fui caindo, caindo, passando dos teatros de alta categoria para os de mais baixa. Até que acabei por levar uma vaia cantando em pleno picadeiro de um circo. Nunca mais fui nada. Nada, não! Hoje, porque bebo a fim de esquecer a minha desventura, chamam-me ébrio. Ébrio...
(Este texto é um monologo feito pelo próprio Vicente Celestino antes da musica O Ébrio)


Final de sua vida nos palcos

Antonio Vicente Felippe Celestino (Vicente Celestino) estava cantando para a quarta geração e a última vez que se apresentou foi para uma pequena platéia de 200 pessoas, durante um ensaio em São Paulo, na triste tarde de 23 de agosto de 1968, onde artistas, músicos, cantores ensaiavam para um "show" que seria gravado às 23 horas. Cantou naquele ensaio (dito pelos colegas), talvez como nunca tenha cantado antes, a cancão "Mande uma Flor de Saudade" com letra de M. Ghiaroni e música de sua autoria. Mas aquele havia sido o Canto do Cisne da mais aplaudida e incompreendida voz do cancioneiro brasileiro. E, assim, às 22:30 horas daquela noite calou-se para sempre "A voz orgulho do Brasil".

Suas últimas palavras foram sussurradas: "Por favor, não me deixem morrer".


" Mas quando Deus fechar meus olhos sonhadores Serei lembrado pelos bardos trovadores Que os versos meus hão de na lira em magos tons gemer E eu, morto embora, nas canções hei de viver "
Catulo da Paixão Cearense

quarta-feira, 25 de março de 2009

Poesias

Sentidos

Sentidos - Poema feito especialmente para Maria Edna (noiva do Poetinha) no qual ele tenda expressar toda realidade sentimental que ele estar sentindo. Um dos seus mais belos poemas, criação por ele feita em janeiro,durante verão de 2009.


Eu te escuto, mesmo quando você não fala

Eu te vejo, mesmo que você não passe

Eu te canto, pois você é feita em versos

Eu me prendo, nas armadilhas do teu sorriso

Eu te encontro, caminhando nas ruas que há em mim

Eu te sinto, nas esquinas do meu coração

Eu me embriago nos bares e botequins

O teu perfume é a causa da minha alucinação

Em toda beleza que eu já vi

Todos os mares que eu irei desbravar

Penso em você, logo não consigo mais pensar em mim

Sinto forte meu amor como a água a jorrar

Estou preso a uma corrente de estrelas

Estou liberto no brilho do teu olhar

Vou com as ondas no canto das sereias

Vou com as ondas no balanço do mar

Eu estou lançado a vida sem sorte

Vou ao espaço sem querer mais chegar

Deleito-me nos teus beijos de mel

E depois não consigo mais nada provar

É como se eu tivesse o mundo para mim

Ser um louco por te querer

Ser divino por saber te amar

Ser o espinho que protege o teu jardim

Ganhar asas, e para o infinito voar...

Com todo amor para a mulher que durante todos os dias floriu meu caminho, com ternura meiguice e carinho sendo verdadeiramente a vida no meu coração. Edna Te Amo!!!!


Diego Feghalli - O Poetinha

sexta-feira, 20 de março de 2009

Eu e Meu Coração

Esta é mais uma obra do ano de 2004 do Poetinha, sentindo o coração amargurado na dor de uma paixão que não lhe trouxera felicidade, expressa em um poema uma conversa que confortara seu coração.







Fala coração, estou te ouvindo coração

Desabafa e conta só pra mim teu desengano
Chora coração molha meu peito com teu pranto
Somos dois insanos por alguém que amamos tanto
Cala meu amigo não maltrates teu irmão

Olha vem comigo, vamos juntos esquece-la
Nada como o tempo pra curar uma ferida
Bem mais triste é ter a esperança perdida
Vais ver um novo dia vai nascer
Vais ter novos motivos pra sonhar
Tu ainda vais sorrir e me
agradecer
Por a ver nascido no meu peito que é teu lar
Vais ver que vale a pena resistir
Ao céu só chega quem sabe voar
Se nós sabemos de nós pra que mais
Falem de nós bem ou mal tanto faz
Somos assim e não vamos mudar
Nós ainda temos tanto amor pra dá

Jovens Seresteiros Cantam nas Ruas da Velha Limoeiro!

Noite Cheia de Estrelas

Composição: Cândido das Neves

Noite alta, céu risonho
A quietude é quase um sonho
O luar cai sobre a mata
Qual uma chuva de prata
De raríssimo esplendor
Só tu dormes, não escutas
O teu cantor
Revelando à lua airosa
A história dolorosa desse amor
Lua...
Manda a tua luz prateada
Despertar a minha amada
Quero matar meus desejos
Sufocá-la com os meus beijos
Canto
E a mulher que eu amo tanto
Não me escuta, está dormindo
Canto e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama sou eu
E entre a neblina se escondeu
Lá no alto a lua esquiva
Está no céu tão pensativa
As estrelas tão serenas
Qual dilúvio de falenas
Andam tontas ao luar
Todo o astral ficou silente
Para escutar
O teu nome entre as endechas
As dolorosas queixas
Ao luar

Diego Feghalli - O Poetinha